10 anos depois, os sete jovens que voltaram à vida após “morrerem” no mar
Dez anos atrás, em pleno inverno europeu, um acidente com um barco a remo nas águas de um fiorde da Dinamarca, envolvendo 13 estudantes e dois professores, chocou o país.
Na ocasião, um professor morreu e sete alunos, todos na faixa dos 15 anos de idade, "também".
Ou quase isso…
Clinicamente, mortos
Quando o barco virou e todos caíram no mar, sete dos 13 alunos e um dos professores ficaram presos debaixo do casco emborcado, imersos numa água cuja temperatura beirava os dois graus centígrados, repleta de blocos de gelo.
Por sorte, todos os alunos (menos o professor) vestiam coletes salva vidas, o que lhes permitiu boiar.
Mas logo a temperatura congelante da água fez o organismo deles entrar em choque, a respiração cessou e o coração parou de bater.
Tecnicamente, estavam mortos.
Tentativa quase impossível
E assim ficaram por quase duas horas, até que uma equipe de resgate, acionada pelos demais estudantes que conseguiram nadar até a margem, chegasse ao local.
"Estão todos mortos", foi a primeira informação que o médico socorrista recebeu, ao chegar de helicóptero ao local do acidente.
E este diagnóstico permaneceu até que os corpos dos sete jovens, gelados como o de cadáveres do Ártico, fossem levados para um hospital em Copenhagen.
Ali, embora clinicamente mortos há quase três horas, eles foram examinados pelo médico Michael Jaeger, que decidiu tentar o que parecia impossível: ressuscitá-los.
De volta à vida
Sabendo que, quando submetido a temperaturas extremas, o corpo humano pode diminuir ao máximo o seu ritmo metabolismo e se "autodesligar", a fim de preservar as funções vitais, o médico determinou que o sangue dos corpos dos sete adolescentes fosse aquecido gradualmente, até retornar a temperatura normal.
Quando isso aconteceu, três horas após chegarem ao hospital e seis após terem "morrido" no acidente, um quase milagre aconteceu naquele hospital de Copenhagen: um a um, o coração de cada um daqueles sete jovens voltou a bater.
Eles estavam, novamente, vivos!
E sem nenhuma sequela neurológica, apesar do longo tempo que ficaram sem oxigenação no cérebro, o que era ainda mais extraordinário.
Nunca antes isso tinha acontecido. Muito menos com sete pessoas ao mesmo tempo.
Foi a maior e mais impressionante ressuscitação de vítimas de hipotermia no mar que se tem notícia até hoje.
Vendo a vida de outra forma
Hoje, dez anos depois, aqueles sete estudantes, agora já jovens adultos, seguem vivos e unidos, sobretudo pela sorte que tiveram.
"De vez em quando, eu desmorono emocionalmente, mas aprendi a diferenciar as coisas que realmente importam na vida", disse uma das sobreviventes do mais extraordinário caso do gênero, a dinamarquesa Katrina, hoje com 26 anos de idade, em um documentário recente da BBC.
Quando você está prestes a morrer, tudo muda. E, sob o ponto de vista técnico, nós morremos naquele dia".
A história completa
Aquela não foi a primeira vez que uma ressuscitação desse tipo aconteceu.
Outros náufragos, também vítimas de severas hipotermias, após ficarem imersos em água muito fria durante muito tempo, já haviam voltado à vida, graças aos mesmos recursos.
Mas nunca isso tinha ocorrido com tantas pessoas ao mesmo tempo, e com resultados tão plenos.
Foi um final surpreendente para uma história que, embora trágica (um dos professores, o único que não usava colete salva-vidas, morreu no acidente), nunca deixou de ser extraordinária – e que pode ser conferida inteira clicando aqui.
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