Caso do capitão argentino: corpo é sepultado, mas o mistério continua
Será realizado hoje, em Buenos Aires, o funeral dos restos mortais do comandante argentino Erwin Rosenthal, de 83 anos, que desapareceu no mar de Angra dos Reis em condições misteriosas (e até hoje não esclarecidas) no início de abril. O corpo, em completo estado de putrefação e faltando pedaços, só apareceu pouco mais de um mês atrás.
Mas o que mais chama atenção neste enigmático caso, além da lentidão nas investigações, foi o local onde o corpo foi encontrado: as imediações da Ilha das Palmas, vizinha a Ilha Grande e praticamente ao lado de onde o capitão, que, apesar da idade avançada, navegava sozinho um grande veleiro de bandeira Americana (e ironicamente batizado de "Misteriosa"), supostamente teria partido, rumo ao Caribe, nas primeiras horas da manhã de 7 de abril.
O local onde o corpo apareceu leva a crer que, seja lá o que tenha acontecido com o experiente comandante (a hipótese mais óbvia, de queda acidental no mar, foi logo descartada, prevalecendo e de homicídio, como pode ser conferido na história completa deste intrigante caso – clique aqui para conhecê-la), aconteceu logo após ele partir.
Se é que o argentino chegou a sair de lá…
Uma das teorias é que ele teria sido abordado por bandidos logo após partir da Ilha Grande e atirado ao mar – seu barco foi encontrado no final do dia seguinte, à deriva, sem ninguém a bordo, faltando algumas coisas e com um misterioso artefato explosivo não detonado, a cerca de 90 quilômetros dali, o que só fez aumentar o mistério em torno deste caso.
Outra tese, no entanto, é que ele teria sido atacado dentro da própria Enseada das Palmas, onde o seu barco estava ancorado, e jogado ao mar, amarrado a pesos, para que seu corpo não flutuasse – o que não teria acontecido durante três meses.
Até que a própria decomposição do corpo, associada a algumas frentes frias que assolaram a região no mês de junho e remexeram o leito marinho, teriam feito voltar a superfície o que restou do argentino, que será sepultado hoje, sem, contudo, a completa e definitiva certeza dos familiares de que se tratam dos restos do comandante argentino desaparecido – embora tudo indique que seja ele mesmo, porque a identificação foi feita através de comparações da arcada dentária.
"Acho que nem chegaram a fazer o exame de DNA que mandamos para o Brasil", lamenta a viúva do capitão Erwin, a argentina Monica Depaolini. "Mas, de qualquer forma, isso não encerra o caso, porque, afinal, é preciso saber o que aconteceu com o meu marido?", cobra.
Neste caso, porém, a situação é pior ainda. Apesar de o fato ter acontecido quase quatro meses atrás, a polícia, até hoje, sequer ouviu os envolvidos, nem tem nenhuma pista.
E o inquérito paralelo, aberto pela Marinha do Brasil para investigar o caso, está parado, sem nenhuma previsão de quando será concluído – se é que ele concluirá algo sobre este caso, que, de tão complexo e com tão pouco empenho das autoridades em solucioná-lo, tem tudo para virar apenas mais um crime tipicamente brasileiro.
Ou seja, sem culpados e jamais explicado.
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