Caso do comandante desaparecido: surge um novo corpo no mar. Deve ser dele
Uma bermuda já corroída pelo tempo e um esqueleto com alguns implantes dentários são indicativos de que o corpo do comandante argentino Erwin Rosenthal, de 83 anos, desaparecido desde abril, quando partiu, sozinho, com um veleiro da baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis, rumo a Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, e nunca mais foi visto (só o barco foi achado à deriva, com um aparato explosivo a bordo) pode ter sido, finalmente, encontrado.
O corpo apareceu, boiando, na última sexta-feira, nas imediações da Ilha das Palmas, quase em frente a enseada homônima, de onde o navegador havia partido nas primeiras horas da manhã do dia 7 de abril, e foi recolhido para necropsia. Mas, por conta do avançado estado de putrefação, o exame não revelou muita coisa.
Leia também
Uma tonelada de cocaína no barco. Mas os três brasileiros juram inocência
Um homem de 51 anos está cruzando o Pacífico a nado. E garante que consegue
Muito menos a causa mortis, ponto crucial na misteriosa história do desaparecimento do comandante argentino, cuja principal suspeita recai sobre um ataque de pirataria, seguido de homicídio – embora o enigmático aparato explosivo montado para explodir no barco sugira algo bem mais complexo do que um simples ataque de bandidos.
Mas a esposa do comandante desaparecido, a argentina Monica Depaolini, que vive em Buenos Aires junto com o filho do casal, a princípio, reconheceu a vestimenta como sendo do marido. Da mesma forma, uma comparação fotográfica ainda não científica da arcada dentária do cadáver encontrado com os registros da dentista do argentino, em Buenos Aires, revelou muitas semelhanças, a começar pela quantidade de implantes e formato dos dentes.
Mesmo assim, a posição final e oficial só acontecerá quando for concluído o exame de DNA, comparando os restos mortais do cadáver agora encontrado com o material colhido, pela família, em Buenos Aires, semanas atrás.
Curioso é que a coleta inicial do DNA fora feita para comparação com outro cadáver, este bastante mutilado e até decapitado, também encontrado no mar de Angra dos Reis, mais de um mês atrás. Caso o exame agora comprove a paridade com o novo cadáver, restará saber a quem pertencia aquele primeiro corpo, algo, no entanto, tristemente frequente na pobre realidade brasileira.
Restará, também, saber o mais importante: o que teria causado a morte do comandante argentino?
Desde o começo, frente aquele intrigante artefato explosivo montado dentro do barco (que foi encontrado à deriva, a cerca de 50 quilômetros da Ilha Grande, quase dois dias depois), a polícia descartou a hipótese mais óbvia: queda acidental no mar do comandante, que navegava sozinho, apesar da idade já bastante avançada. Com aqueles explosivos, isso não fazia mais sentido.
A hipótese seguinte foi o abandono voluntário do barco. Ou seja, o próprio capitão teria planejado a explosão do barco e simulado o próprio desaparecimento, talvez para receber o dinheiro do seguro do barco. Mas havia um detalhe: o barco não tinha seguro.
Restou, portanto, apenas a terceira hipótese: ato violento de pirataria, seguido de arremesso da vítima ao mar, o que, pelo menos em tese, combinaria com o cadáver agora encontrado.
Mesmo assim, num episódio repleto de detalhes enigmáticos (clique aqui para ler a história completa deste misterioso caso), a polícia de Angra dos Reis, sob o comando do delegado Bruno Gilaberte, segue investigando. Agora, ao que tudo indica, em busca do autor do crime. Mas não há prazo nem certeza de que isso aconteça. E o inquérito que vem sendo conduzido pela Marinha do Brasil desde que o barco foi encontrado, vazio e à deriva, também não está concluído, nem há prazo para isso.
O corpo do argentino desaparecido pode ter sido, finalmente, encontrado. Mas ainda resta saber o que provocou a sua morte.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.